Etanol: o mesmo erro mais uma vez

Embora o etanol seja apresentado como a alavanca para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, essa idéia, amplamente difundida, é demasiadamente utópica. 

tá aí o biocombustível do Lula...

É importante lembrar que, no campo econômico, não se alcança desenvolvimento com projetos de agro-exportação. Não é necessário aprofundar em aspectos técnicos da economia para se perceber isso: o Brasil sempre foi agrário-exportador e sempre se viu na condição de subdesenvolvimento. Do mesmo modo, o etanol dificilmente apresentará, como um de seus benefícios, significativos avanços no setor social, uma vez que a indústria da cana prospera em virtude de uma mais-valia cruel, na qual milhares de trabalhadores se submetem a um esforço extremo em troca de uma parca remuneração.

Pode-se mencionar ainda que, historicamente, a população brasileira é vítima da concentração de renda, e o álcool tende a acentuar esse grave problema.

Acreditar em um milagre que solverá os problemas do país é uma atitude presente em nossa população desde os tempos de colônia: quando o rei D. João desembarcou no Rio de Janeiro, há duzentos anos, pensou-se que todos fariam parte da Corte. Pelo contrário, o abismo social cresceu e a grande maioria das pessoas não acompanhou o desenvolvimento promovido.

Hoje, com o etanol, mudaram-se os personagens, mas não a história.